domingo, 31 de agosto de 2008

8 Razões Para Aprender Psicologia no Ensino Médio

1 - A Psicologia, enquanto ciência, apresenta um conjunto de teorias e estudos contemporâneos voltados para uma formação humanizadora do jovem.

2 - Os estudos da Psicologia permitem uma relevante leitura das relações sociais e culturais na constituição dos sujeitos sociais.

3 - A Psicologia possibilita que o jovem compreenda os fatores constitutivos da subjetividade humana, do desenvolvimento da personalidade, da vida comunitária e das novas organizações familiares.

4 - A Psicologia tem contribuições específicas a dar como disciplina ao discutir temas como direitos humanos, humilhação social, preconceitos, processos de desenvolvimento e da aprendizagem.

5 - A Psicologia utiliza-se de metodologias interativas e compreensivas de maneira a permitir que os conteúdos tenham sentido e significado para o aluno que deles se apropria.

6 - A Psicologia possibilita o uso de estratégias de aprendizagem e de auto-monitoramento do estudo cujo objetivo é o desenvolvimento de autonomia e da aprendizagem auto-regulada.

7 - O número de professores licenciados no Brasil, habilitados para ministrar a Psicologia, é suficiente para atender à demanda das escolas de Ensino Médio do País.

8 - A Psicologia contribui de forma direta para a concretização dos objetivos do ensino médio estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB favorecendo a construção de sujeitos autônomos e democráticos.

Apóie esta luta!

sábado, 30 de agosto de 2008

Encarnação do Demônio

Pasolini? Buñuel? Jodorowsky? Não José Mojica Marins!

Estava eu aguardando o lançamento desse filme desde que começou a circular na Internet o trailer da mais nova obra do sr Mojica, onde ele retorna a seu personagem que o consagrou, Zé do Caixão.

Essa é a terceira parte de uma saga que começou nos anos 60 que devido a problemas com censura. Nos anos de chumbo o filme nunca conseguiu apoio na época e mesmo se tivesse conseguido teria sido mutilado, afinal a tesoura da censura tinha fome de José Mojica Marins, que foi um dos cineastas que mais sofreram com a repressão política e cultural que assolava o Brasil e os mentecaptos que eram colocados na cadeira de controle das Diversões Públicas, sempre viam em Mojica um degenerado, uma pessoa que era perigosa com seus filmes recheados de sangue.. Com essas atitudes quase jogaram Mojica no ostracismo, mas ele insolente a todas as adversidades que se interpunham entre ele e seu trabalho, nunca parou, se sujeitou quase a fome e a miséria por sua arte.

Sempre teve a seu lado cineastas que viam nele um gênio, um cineasta visceral, maldito, as vezes grosseiro mas dono de uma estética impressionantemente forte, de deixar os cabelos arrepiados dos que achavam que faziam um cinema engajado, seminal e agressivo as imagens fortes impressionaram cineastas como Rogério Sganzerla, Carlos Reichenbach, e Luis Sérgio Person assim como Glauber Rocha que conseguiram entender que Mojica era uma força que não se via nem nas mais aterradoras obras de Luis Buñuel . Sua visceralidade fluía naturalmente , mesmo sem a instrução formal de cinema , mojica nos grandes filmes "à meia noite levarei sua alma " e " esta noite encarnarei em teu cadáver" conseguiu levar as telas seus piores pesadelos, cenas impressionantes perturbadoras e nunca antes tentadas por ninguém .

Mas mesmo com essas qualidades e com sua criatividade de conseguir fazer filmes impressionantes com baixíssimos orçamentos, Mojica só conseguiu mesmo perseguição ao seu trabalho, e depois de muitos anos trabalhando em obras alheias, fazendo esporadicamente seus filmes com orçamentos cada vez mais apertados e com a censura cada vez mais recrudescida quando se tratava de seu nome, seu sonho de fazer o seu filme mais desejado ficava cada vez mais distante.

Muito tempo depois quase 40 anos se passam, quando Mojica consegue finalmente fazer aquele que é seu filme mais caro e mais bem produzido, mesmo assim mantendo sua marca calcada na visceralidade, seu empenho em ir alem de onde qualquer outro já foi, ousar sem pudores, ir onde os anêmicos diretores de cinema de terror atuais nunca sonharam, acabando com a pasmaceira, com imagens aterradoras de pessoas crucificadas sendo comidas vivas, bocas sendo costuradas, suspensões por ganchos (sempre reais), uma ode ao mau gosto mas poético como um filme de jodorowsky, com uma menina saindo e dentro de um porco ou outra sendo mergulhada em um tonel de vísceras, escatologia a moda de Pasolini? Não de José mojica Marins que faz os olhos desviarem de cenas fortes, mas seduzem pela riqueza de cores de texturas, um poeta das vísceras, uma fotografia primorosa, como nunca, a força das imagens brotam em cada plano atravessam a tela, Mojica consegue atingir, consegue incomodar, não deixa ninguém passivo e isso sim é um feito. A saga de Zé do caixão a procura de seu filho perfeito e sua mulher superior faz o filme ser difícil de classificar não é só um filme de terror, é um filme niilista, cáustico, surrealista, feito nas entranhas de são Paulo, por um cineasta que mostra que como seu personagem, esta vivo e voltou triunfante.

O vigor com que Mojica capta suas imagens são de dar inveja aos cineastas que se dizem modernos, uma orgia aos olhos e digo mais, Mojica mereceu esse filme que esta a sua altura é o mínimo que o Brasil deve a esse grande cineasta marginalizado que agora mostra uma obra forte, digna dos grandes mestres e a história esta se redimindo com esse homem, que por ser incompreendido quase foi relegado ao esquecimento, mas agora ele volta com força e pronto pra incomodar os olhos os estômagos e os moralismos dos incautos.

No final o filme é dedicado a Rogério Sganzerla, morto em 2004, que foi um grande apoiador de mojica desde o começo, que também teve problemas pra lançar seu ultimo filme "o signo do caos".

Mojica se Sganzerla estivesse vivo estaria aplaudindo na primeira fila e gritando quem tiver de sapato não sobra.

Cleiner micceno AKA reverend stalker.

PS: Jairo Ferreira fez um documentario chamado "Horror Palace Hotel" que é sobre o Mojica e também é homenageado no final do filme.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

É uma questão de sobrevivência

Estudo diz que homens polígamos vivem mais.

Uma pesquisa da Universidade de Sheffield, Reino Unido, divulgada na semana passada pela revista "New Scientist", afirma que homens de países que aceitam a poligamia podem viver em média 12% mais do que aqueles que moram em nações monogâmicas.

Para Virpi Lumma, pesquisadora responsável pelo estudo, fatores genéticos e sociais poderiam explicar a maior longevidade. Homens com idade avançada continuam férteis, ao contrário das mulheres, e isso seria mais forte naqueles que vivem em países poligâmicos, onde podem ter filhos com diversas mulheres, com idades diferentes. Com isso, acabam também levando uma vida mais saudável, a fim de sustentar a numerosa família. Enquanto que em países monogâmicos, muitas vezes homens perdem suas esposas e ficam sem ter ninguém para cuidar deles.

Os cientistas também argumentam que a evolução da espécie humana pode ter favorecido os homens de sociedades poligâmicas.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Candidatos a ditador

Jornalismo é publicar o que alguém não quer que seja publicado; todo o resto é publicidade.

George Orwell



Serra em São Paulo, e Lippi em Sorocaba, adotam as mesmas práticas.

No caso do governador José Serra, há poucos dias, através da Justiça, impediu a divulgação, nas grandes rede de TV, de um anúncio sobre a greve dos policiais civis paulistas.

Fica uma constatação: não há jornalismo independente sem publicidade governamental ou de grandes grupos econômicos. Diante disso, como fazer jornalismo?

E a imprensa alternativa? Os sindicatos, associações e ONGs, devem financiar órgãos independentes de comunicação, para divulgarem suas posições, ou, antes, uma cobertura isenta?

A internet será um campo novo para romper com o oligopólio desse tipo de mídia?

O debate está aberto.

fonte: Bah!Caroço

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Por que lutamos?

Convido todos os leitores do blog para a exibição do vídeo-documentário "Porque lutamos! Resistência à ditadura militar", na próxima sexta-feira, dia 22, às 20 horas, no auditório da Fundec.

"Porque Lutamos! Resistência à ditadura militar"

Uma morte brutal durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici marcou a vida de milhares de brasileiros, militantes ou não. De todos os meios: estudantil, operário, católico, acadêmico...

Em 16 de março de 1973 o sorocabano Alexandre Vannucchi Leme foi levado preso e torturado. Amanheceu morto na cela x-zero do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna, o temido DOI-CODI. Ele tinha 22 anos e cursava o quarto ano de geologia da Universidade de São Paulo (USP).

O documentário "Porque Lutamos! Resistência à ditadura militar", da jornalista Fernanda Ikedo, traz, por meio de depoimentos, a história desse estudante que desafiou o autoritarismo e arriscou sua vida manifestando suas críticas à ditadura.

São sete pessoas que contam suas trajetórias de luta, de como atuaram pelo fim da ditadura militar e o que representou a morte de Alexandre. Elas se posicionaram contra: a censura, a repressão e todas as arbitrariedades geradas por um ciclo de generais que comandaram o Brasil, de 1964 a 1985.

Os entrevistados são: Adriano Diogo, Aldo Vannucchi, Egle Vannucchi, João dos Santos Pereira, Maria Ap. de Aquino, Miguel Trujillo e Osvaldo F. Noce.

O que mudou na vida de cada um após o golpe de Estado e com a implantação da ditadura no País?

Sem sucumbir ao silêncio, esses atores da história brasileira contemporânea destacam as conseqüências do rompimento das liberdades democráticas e afirmam que não abdicaram de suas convicções por um Brasil melhor. Cheios de energia mostram que há ainda muito que transformar.

O documentário tem 55 minutos de duração e foi produzido com o Apoio Institucional da Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Cultura, Lei de Incentivo à Cultura nº 5736/98 (LINC) .

Fernanda Ikedo é jornalista e publicou em 2003 o livro-reportagem "Ditadura e repressão em Sorocaba: Histórias de quem resistiu e sobreviveu", com o apoio da LINC (Lei Municipal de Incentivo à Cultura).

Roteiro, direção e edição: Fernanda Ikedo
Pós-produção: José Carlos Fineis (Loja de Idéias)
Fotografia: Juca Mencacci
Pesquisa: Fernanda Ikedo
Trilha Original: Maurício Toco
Arranjo de Cordas: Marcos Boi
Mixagem/Masterização: João Leopoldo
Narração: Nanaia de Simas

domingo, 17 de agosto de 2008

O fim da concessão da TV Globo

O fim da concessão da TV Globo

Altamiro Borges

O dia 5 de outubro terá enorme significado para todos os que lutam contra a ditadura da mídia no país e pela democratização dos meios de comunicação. Nesta data vence o prazo das concessões públicas de várias emissoras privadas da televisão brasileira, entre elas de cinco transmissoras da Rede Globo – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Belo Horizonte.

A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que reúne as principais entidades populares e sindicais do país, já decidiu aproveitar o simbolismo desta data para realizar manifestações em todo o país contra as ilegalidades existentes no processo de concessão e renovação das outorgas de televisão no Brasil. De acordo com a Constituição de 1988, a concessão pública de TV tem validade de 15 anos. Para que ela seja renovada, o governo precisa encaminhar pedido ao Senado, que pode aprová-lo com o voto de 3/5 dos senadores. No caso de rejeição, a votação é mais difícil. A proposta do governo deve ser submetida ao Congresso Nacional, que pode acatar a não renovação da concessão da emissora com os votos de 2/5 dos deputados e senadores. Antes da Constituição de 1988, esta decisão cabia exclusivamente ao governo federal.

A medida democratizante, porém, não superou a verdadeira “caixa-preta” vigente neste processo, sempre feito na surdina e sem transparência. Baixarias e lixo importado Como explica o professor e jornalista Hamilton Octávio de Souza, “os processos de concessão e de renovação têm conseguido, ao longo das últimas décadas, uma tramitação silenciosa e aparentemente tranqüila, com acertos apenas nos bastidores – especialmente porque muitos dos deputados e senadores também são concessionários públicos da radiodifusão, sócios e afiliados das grandes redes e defendem o controle do sistema de comunicação nas mãos de empresários conservadores e das oligarquias e caciques políticos regionais – os novos ‘coronéis’ eletrônicos”. Na prática, Executivo e Legislativo não levam em conta nem as próprias normas constitucionais. Entre outros itens, a Constituição de 1988 proíbe a monopolização neste setor, mas as principais redes atuam como poderosos oligopólios privados.

Além disso, exige que a comunicação social promova a produção da cultura nacional e regional e a difusão da produção independente, mas as redes – em especial a Globo – impõem uma programação centralizada e importada da indústria cultural estrangeira. Ela também exige que a TV tenha finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, mas as emissoras produzem e veiculam programas que não atendem esse preceito constitucional. “Elas despejam em cima da população programas de baixaria e o lixo importado, que nada têm a ver com a identidade, os valores e a cultura nacional”, observa Hamilton. Manipulação e deformação da sociedade Além de deformar comportamentos, com efeitos danosos na psicologia social, a mídia é hoje um instrumento político a serviço dos interesses das corporações capitalistas. Como decorrência do intenso processo de monopolização do setor, ela se tornou um verdadeiro “partido do capital”, conforme a clássica síntese do intelectual italiano Antonio Gramsci. Ela manipula informações, utilizando requintadas técnicas de edição, com o intento de satanizar seus inimigos de classe e endeusar os aliados.

A defesa do “caçador de marajás” Fernando Collor, a cumplicidade diante dos crimes de FHC e a oposição ferrenha ao governo Lula confirmam esta brutal manipulação. Estas e outras aberrações da mídia – monopolizada, desnacionalizada e manipuladora – ficaram patentes no ano passado. Vários institutos independentes de pesquisa provaram que a cobertura da sucessão presidencial foi distorcida, “partidarizada”. O livro “A mídia nas eleições de 2006”, organizado pelo professor Venício de Lima, apresenta tabelas demonstrando que ela beneficiou o candidato da direita liberal, Geraldo Alckmin, ao editar três vezes mais notícias negativas contra o candidato Lula. “A grave crise política de 2005 e a eleição presidencial de 2006 marcam uma ruptura na relação histórica entre a grande mídia e a política eleitoral no Brasil”, afirma Venício. Tentativa de golpe na eleição Neste violento processo de manipulação caiu a máscara da TV Globo – que até então ainda iludia alguns ingênuos, inclusive no interior do governo Lula. A sua cobertura na reta final das eleições foi decisiva para levar o pleito ao segundo turno.

Conforme demonstrou histórica reportagem da revista Carta Capital, uma operação foi montada entre o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno e a equipe da Rede Globo para criar um factóide político na véspera do primeiro turno. Após vazar ilegalmente fotos do dinheiro apreendido na tentativa desastrada de compra do dossiê da “máfia das sanguessugas”, que incriminava o partido de Geraldo Alckmin, o policial corrupto ordenou que a difusão das imagens fosse feita no Jornal Nacional da noite anterior ao pleito. A criminosa negociação foi gravada, mas a TV Globo preferiu ocultá-la. Além disso, escondeu o trágico acidente com o avião da Gol para não ofuscar sua operação contra o candidato Lula.

Para Marcos Coimbra, diretor do instituto de pesquisas Vox Populi, a solerte manipulação desnorteou todas as sondagens eleitorais, que davam a folgada vitória de Lula, o que evitou sua reeleição já no primeiro turno. “Os eleitores brasileiros foram votar no dia 1º de outubro sob um bombardeio que nunca tinha visto, nem mesmo em 1989... Em nossa experiência eleitoral, não tínhamos visto nada parecido em matéria de interferência da mídia”, garante o veterano Coimbra. Um debate estratégico Diante deste e de tantos outros fatos tenebrosos, que aviltam a democracia e mancham a história do próprio jornalismo, ficam as perguntas: é justa a renovação da concessão pública da poderosa TV Globo? Ela ajuda a formar ou a deformar a sociedade brasileira? Ela informa ou manipula as informações? Ela atende os preceitos constitucionais que proíbe o monopólio da mídia e exige que a comunicação social promova a produção da cultura nacional e regional e a difusão da produção independente e que tenha finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas?

Estas e outras questões estarão em debate nas semanas que antecedem o simbólico 5 de outubro. À CMS caberá levar esta discussão estratégica às suas bases. Já o governo e o parlamento, que devem zelar pela Constituição, não poderão ficar omissos diante deste tema. “Antes de propor a renovação automática da concessão, os órgãos de governo deveriam proceder à análise cuidadosa dos serviços prestados, com a devida divulgação para a sociedade. Antes de votar novos períodos de concessão, o Senado Federal deveria, em primeiro lugar, estabelecer o impedimento ético aos parlamentares envolvidos com a radiodifusão e, em segundo lugar, só aprovar a renovação que esteja de acordo com a Constituição, a começar pelo fim do oligopólio – já que o objetivo maior deve ser o da democratização da comunicação social”, pondera o professor Hamilton de Souza.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi).

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Boa notícia na luta contra a censura na internet

Os deputados Jorge Bittar (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP) apresentaram hoje (07/08) um requerimento de audiência pública para discutir o projeto de crimes cibernéticos (PL 84/1999) na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara.

O requerimento de audiência pública deve entrar na próxima pauta da reunião, na quarta (13/08). A justificativa dos deputados é a polêmica que a matéria vem causando, com denúncias de promover censura na internet.

O projeto aprovado no Senado vai tramitar com regime de urgência, e deve chegar à Comissão de Ciência e Tecnologia nos próximos dias. As comissões de Segurança Pública e CCJ também vão analisar as mudanças feitas no Senado.

fonte: Blog do Sérgio Amadeo

sábado, 9 de agosto de 2008

Monsanto na USP

relações entre o público e o privado.

Transnacionais estadunidenses avançam sobre setores estratégicos do Estado brasileiro. Maior instituição de ensino firma convênio com transnacional líder no setor de transgênicos, com cláusula de sigilo; já empresa ligada à Halliburton – também dos EUA – administra o banco de dados da ANP

*Do Brasil de Fato http://www.brasilde fato.com. br/v01/agencia*

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Internet multiplica formador de opinião

Vivíamos até outro dia em um País com meia dúzia de formadores de opinião, desde sempre encastelados na imprensa de papel, quer dizer, em jornais e revistas. Para a direção que eles indicavam, o chamado povo deveria seguir, reproduzindo seus pensamentos, gostos, preferências e votos, automaticamente.

Senhoras e senhores, devo informar que este tempo acabou. Opinião pública deixou de ser sinônimo de opinião publicada, como ficou bem provado já nas eleições presidenciais de 2006.

Com seu governo encurralado nas cordas pela grande mídia nacional durante meses seguidos, na mais longa crise política da história recente, o presidente Lula acabaria se reelegendo com mais de 60% dos votos.

À parte o carisma do presidente e sua fantástica capacidade de sobrevivência em situações adversas, praticamente desde que nasceu, o fato é que algo de novo estava acontecendo em nosso País.

Como não tivemos nenhuma reforma política, e os meios de comunicação impressos e eletrônicos continuavam nas mãos dos mesmos donos mantendo suas mesmas opiniões, este fato novo só pode ter sido conseqüência de uma democratização das fontes de informação, matéria prima para a formação da opinião pública.

E como isso se tornou possível? Não disponho de pesquisas nem estudos científicos. Mas, como repórter que vive viajando por todo canto neste País, arrisco dizer que foi a internet o instrumento utilizado por largas camadas da população para virar o jogo.

Elas se tornaram ao mesmo tempo produtoras e receptoras de informação, quer dizer, simultaneamente fontes e leitores, não mais meros consumidores passivos das opiniões alheias.

De lá para cá, houve um crescimento vertiginoso dos brasileiros com acesso à grande rede da internet, o que pode ser comprovado pelos números da pesquisa Datafolha publicada segunda-feira no “Meio e Mensagem”.

A pesquisa foi feita apenas com maiores de 16 anos, ou seja, todos eleitores, e apurou índices que me surpreenderam e corroboram o que escrevi acima:

• O Brasil tem hoje 59 milhões de internautas, cerca de um terço da sua população.

• Quase a metade dos adultos (47%) já tem acesso à internet.

• Dois em cada três internautas (67%) navegam nos equipamentos instalados em locais públicos.

Sem muito medo de errar, podemos dizer que, em relação às eleições gerais de 2006, praticamente dobrou o número de eleitores com acesso à internet. Esta é, portanto, a primeira eleição municipal em que teremos o uso intensivo da web tanto por candidatos como por apoiadores e eleitores.

Acrescente-se a isso uma revelação feita por outra pesquisa recente do Datafolha sobre o comportamento dos jovens brasileiros: na faixa entre 16 e 22 anos, a internet já superou a TV como principal fonte de informação.

E mais: na grande maioria dos quase seis mil municípios brasileiros, fora dos grandes centros, os candidatos não têm acesso ao horário gratuito do rádio e da televisão, a melhor forma que encontramos, antes do advento da internet, para que todos possam apresentar suas propostas.

Poder político, poder econômico e poder da comunicação costumam andar de braços dados principalmente nos períodos eleitorais, quando entram em jogo interesses de toda ordem, exacerbando um quadro de abusos e privilégios. Quem pode denunciá-los? Os próprios cidadãos-eleitores, por meio da internet.

E como fica o jornalista nesta história? Simplesmente, faltam-nos pernas e, muitas vezes, iniciativa e disposição para ver o que acontece nas campanhas nos grotões do Brasil, onde a imprensa ainda está atrelada a grupos políticos oligárquicos habituados a agir acima e fora da lei.

Muitas vezes, não se trata apenas do atrelamento político-partidário que coloca jornais e emissoras a serviço do poder municipal.
Trata-se de uma simples questão de sobrevivência, já que as Prefeituras são os principais _ quando não únicos – anunciantes destes veículos.

O controle das Prefeituras sobre os meios de comunicação convencionais, somado ao enorme poder do chefe do executivo que é candidato à reeleição, nos dá uma idéia de como é cada vez mais difícil a vida dos candidatos de oposição, impedindo o surgimento de novas lideranças.

Enquanto escrevo, num breve intervalo para o café, dou uma olhada nas últimas notícias e leio no portal da “Folha”: “Disputa eleitoral em Alagoas é na bala”, diz secretário de Defesa Social. Sem meias palavras, diz Paulo Rubim, o secretário alagoano: “em Prefeituras e regiões onde estes políticos (envolvidos com a pistolagem) têm base eleitoral, não há disputa pelo voto. A disputa é na bala. Nestes municípios nem se criou oposição, não há partido de oposição que forme um líder. Se alguém começa a se manifestar, desaparece”.

Pois é exatamente diante deste quadro de vale tudo que a internet se torna cada vez mais um instrumento vital para a democratização das informações e a denúncia dos abusos.

Mas regras recentemente estabelecidas pelo TSE apontam na direção contrária: procuram restringir o uso da internet na campanha eleitoral, limitando seu uso aos sites oficiais dos candidatos, como se fosse possível controlar milhões de mensagens a cada dia colocadas para circular na grande rede.

Parece praga: cada vez que a própria sociedade cria seus instrumentos para participar do processo e fortalecer a democracia, sem os antigos intermediários, o poder público cria dificuldades para perpetuar as facilidades de quem não quer largar o osso.

Por isso, acho que temos a obrigação de contribuir, cada um na sua área e dentro dos seus limites, para que a democracia seja não apenas de fachada, mas uma razão de vida na construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Eleitor, só tem um jeito de não reclamar depois: defenda-se! A internet é a nossa silenciosa e pacifica arma, cada vez à disposição de mais brasileiros.

Ricardo Kotscho

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Abaixo-assinado. Justiça para Merlino

Segue link para abaixo-assinado em apoio à iniciativa da família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, assassinado pela ditadura militar, de mover uma ação civil declaratória contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandava o Doi-Codi de São Paulo, quando do assassinato de Merlino sob torturas, em 19 de julho de 1971. A iniciativa foi do jornalista Alípio Freire.
No próximo dia 12 será julgado o recurso movido pelo advogado do coronel Ustra. Se os deseembargadores acatarem o pedido, a audiência sequer ocorrerá.
Peço aos que concordarem com o texto do documento, que assinem e distribuam para suas listas.
Para que não se esqueça,
Para que nunca mais aconteça!
Mais detalhes vocês podem ler no texto do abaixo-assinado e nos links das matérias de diversos jornais e sites que também estão lá.
O link para o abaixo-assinado é:

http://www.petitiononline.com/4bnpdsa5/petition.html